
No Reino das Possibilidades algo de estranho pairava no ar. Bem, na verdade, ar não existia. Não havia atmosfera. Nem matéria. Era tudo imaginário. Especulativo. Mas isto não vem ao caso, o que importa é a movimentação que ocorria entre os habitantes daquele espaço. Principalmente entre os seres superiores dali.
Os deuses que regiam aquele lugar estavam insatisfeitos com a ordem das coisas. Estava acontecendo naquele momento um verdadeiro conflito de egos de proporções universais. Uma guerra de titãs para definir quem seria responsável pelas ações dos humanos.
O deus Acaso estava em desacordo com o deus Destino. Ambos não aceitavam o desenrolar das histórias de cada um dos mais de sete bilhões de habitantes do planeta Terra. Acontecia que no momento que era para o Acaso agir o Destino antecipava-se e mudava o resultado do fato. E o movimento contrário também ocorria - o Acaso se sobrepondo ao Destino. Na mesma frequência.
Esta discussão tomou todo o Reino. Sugestões diversas foram levantadas para delimitar os espaços, as jurisdições assim dizendo, de cada entidade. Debates intermináveis aconteciam e enquanto isso um verdadeiro caos se instalava sobre a vida de cada pessoa.
Encontros amorosos que estavam para acontecer, mas que só faltava aquele empurrãozinho, não aconteceram. Placares memoráveis no esporte que estavam agendados não entraram para a história. Até a bolsa de valores de uma potência econômica mundial, que parecia tão racional, tão sólida, foi atingida. O mundo entrou em recessão.
Tudo que estava em harmonia desandou. O Reino das Possibilidades entrou em alerta e o ser supremo, a entidade máxima, o deus Tempo convocou uma assembleia geral.
O Todo Poderoso posicionava-se no andar mais alto, sobre um altar de areia, e de lá podia ver todos seus pares. Um andar abaixo estavam seus conselheiros: os deuses Passado, Presente e Futuro. E à mesma altura e como secretária-geral estava a deusa Hora.
Ocorria ali uma espécie de acareação. O Acaso e o Destino expunham seus motivos para requererem maior autonomia de um sobre o outro. Focaram na importância que tinham sobre a humanidade. Da dependência da vida para com eles.
Notou-se então que os motivos citados eram idênticos. Que os dois tinham o mesmo poder, mas que se julgavam mais poderosos do que seriam. Que os seres humanos eram sujeitos sim à ação deles, mas cada pessoa tinha o livre arbítrio e, portanto a força dos deuses não era superior à vontade própria, ao desejo de cada um em guiar sua própria existência.
O deus Tempo então, a partir daquele momento, decretou que os deuses Acaso e Destino seriam um só. Como irmãos siameses. Ambos agiriam em conjunto, pois querendo ou não eles pensavam da mesma forma. Apenas tinham gênios fortes e eram muito teimosos, orgulhosos.
A decisão foi acatada. A vida voltou ao curso normal. Mas ainda hoje quando alguém reclama do Destino o Acaso dá um leve sorriso. Aquele de canto de boca. Discreto. Para não ofender.
Os deuses que regiam aquele lugar estavam insatisfeitos com a ordem das coisas. Estava acontecendo naquele momento um verdadeiro conflito de egos de proporções universais. Uma guerra de titãs para definir quem seria responsável pelas ações dos humanos.
O deus Acaso estava em desacordo com o deus Destino. Ambos não aceitavam o desenrolar das histórias de cada um dos mais de sete bilhões de habitantes do planeta Terra. Acontecia que no momento que era para o Acaso agir o Destino antecipava-se e mudava o resultado do fato. E o movimento contrário também ocorria - o Acaso se sobrepondo ao Destino. Na mesma frequência.
Esta discussão tomou todo o Reino. Sugestões diversas foram levantadas para delimitar os espaços, as jurisdições assim dizendo, de cada entidade. Debates intermináveis aconteciam e enquanto isso um verdadeiro caos se instalava sobre a vida de cada pessoa.
Encontros amorosos que estavam para acontecer, mas que só faltava aquele empurrãozinho, não aconteceram. Placares memoráveis no esporte que estavam agendados não entraram para a história. Até a bolsa de valores de uma potência econômica mundial, que parecia tão racional, tão sólida, foi atingida. O mundo entrou em recessão.
Tudo que estava em harmonia desandou. O Reino das Possibilidades entrou em alerta e o ser supremo, a entidade máxima, o deus Tempo convocou uma assembleia geral.
O Todo Poderoso posicionava-se no andar mais alto, sobre um altar de areia, e de lá podia ver todos seus pares. Um andar abaixo estavam seus conselheiros: os deuses Passado, Presente e Futuro. E à mesma altura e como secretária-geral estava a deusa Hora.
Ocorria ali uma espécie de acareação. O Acaso e o Destino expunham seus motivos para requererem maior autonomia de um sobre o outro. Focaram na importância que tinham sobre a humanidade. Da dependência da vida para com eles.
Notou-se então que os motivos citados eram idênticos. Que os dois tinham o mesmo poder, mas que se julgavam mais poderosos do que seriam. Que os seres humanos eram sujeitos sim à ação deles, mas cada pessoa tinha o livre arbítrio e, portanto a força dos deuses não era superior à vontade própria, ao desejo de cada um em guiar sua própria existência.
O deus Tempo então, a partir daquele momento, decretou que os deuses Acaso e Destino seriam um só. Como irmãos siameses. Ambos agiriam em conjunto, pois querendo ou não eles pensavam da mesma forma. Apenas tinham gênios fortes e eram muito teimosos, orgulhosos.
A decisão foi acatada. A vida voltou ao curso normal. Mas ainda hoje quando alguém reclama do Destino o Acaso dá um leve sorriso. Aquele de canto de boca. Discreto. Para não ofender.
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