quinta-feira, 12 de março de 2009

À Falta de Vontade


Brindemos ao desânimo, à preguiça e à mínima vontade de agir. Exaltemos aquela sensação de estarmos vivendo uma Segunda-feira, quando na verdade estamos num dia qualquer. Não importa se é Terça, Quarta ou Sábado, mas há dias em que pesam as horas. Os sintomas são de uma verdadeira ressaca, ressaca psicológica por assim dizer, pois o corpo aparentemente está ótimo, mas o espírito...

Falta uma coragem, uma disposição para agir. Avista-se o sol pela janela e você faria de tudo para que uma tempestade estivesse desabando sobre a cidade. O chefe discute uma questão que por todos os motivos ele estaria errado, mas neste exato dia não há por que discutir. Deixa para depois porque hoje o que mais se deseja é que a noite chegue e a cama o espere.

Perguntamo-nos qual será nossa contribuição ao planeta. A falta de vontade é tamanha que assistir televisão é o máximo de esforço que fazemos. Ainda assim pensamos quando será que inventarão um controle remoto movido pelo pensamento. E falando em TV, tem programas que assisti-los é um esforço sobre-humano.

Nessas horas recai um ideal comunista. “Por que tenho que trabalhar hoje? Pra mover a máquina suja do Capitalismo? Para enriquecer o patrão?”. Procura-se uma razão para justificar o tédio. Para se responder o motivo de estarmos agindo assim, quer dizer, não agindo. Na verdade, não precisamos de um motivo para começarmos uma crise compulsiva de preguiça.

Felizmente estes momentos de pura desinspiração duram no máximo um dia. Porque se passar disso já pode ser caso para psicólogos e profissionais afins. Mas já prestamos atenção em quantas idéias, quantas ações planejamos nestes momentos? Por exemplo, este texto me ocorreu num desses lapsos. Até comecei a escrevê-lo ontem, mas fraquejei e só pude terminá-lo agora.

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