terça-feira, 7 de abril de 2009

Treze



Treze. Este foi o número da poltrona que escolhi no ônibus. Talvez fosse porque havia tantos lugares vagos que o atendente me olhou daquele jeito. Ele deveria estar pensando como seria possível alguém brincar com a sorte daquele jeito.

Na verdade, escolhi o décimo terceiro lugar não para testar o destino ou coisa desse tipo, mas o que me fez decidir foi por estar perto da janela e também por não estar sobre os pneus, porque isto me causa um enjoo desgraçado.

Mas a cara que o balconista me fez foi de alguém que nunca passa por debaixo de uma escada ou que dá três soquinhos na madeira quando ouve uma palavra que considera de mau agouro.

Fico pensando na tal “má sorte” que as pessoas supersticiosas costumam evitar. Vamos pensar no gato preto, imaginem se o pobre bichano trouxesse azar, minha tia que cria mais de vinte gatos seria a mulher mais pé frio do mundo, porque ela tem nada menos que quatro da cor preta, e sem uma mancha sequer.

Acontece é que tem gente que procura mil motivos para justificar um fracasso ou um acontecimento desfavorável. Essa é uma forma bem cômoda de se eximir de culpa. Porque com um pouco de cuidado e atenção é possível se evitar vários contratempos.

Imaginem aquela pessoa que quebrou um espelho e está fadada a sete anos de azar. Sete anos é muito tempo para ficar reclamando da sorte. Neste espaço de vida tem que ser muito incompetente ou preguiçoso pra não se reverter uma situação.  Em sete anos podemos dar um novo rumo em nossa história. No caso de quem quebrou o espelho e continua reclamando por ter feito isso o rumo deve ser bem ruim.

Mas vou parar por aqui com este papo de sorte ou azar, porque minha mãe diz que falar a palavra azar atrai e eu ainda nem usei a passagem que comprei, cuja poltrona é a treze. Então, boa sorte para mim, boa sorte para você, que desejar nunca é demais neste caso.

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